AINDA OBRE A EXPO ABGR 2019

ABGR: Brasil tem taxas menores de reajustes em seguros de grandes riscos, diz Guilherme Perondi

Os estudos recentes publicados vão todos na mesma linha e acredito que demonstram que o mercado brasileiro passa por uma correção, mas, na média, bem mais brando que outras regiõesdiz o executivo responsável pela área comercial da Swiss Re Corporate Solution

Guilherme Perondi, head comercial da Swiss Re Corporate Solutions, falou com o blog Sonho Seguro durante o evento da Associação Brasileira de Gerenciamento de Risco (ABGR), realizado nos dias 12 e 13 de novembro, sobre as tendências de grandes riscos. Leia a entrevista:

Quais são tendências na compra de seguros no Brasil? E no mundo?

As fronteiras da gestão de risco têm se expandido cada vez mais. Os riscos cibernéticos, por exemplo, representam um grande desafio, pois os ataques não respeitam as fronteiras geográficas.  Poucos países no mundo tem um mercado com as características do Brasil. Todos os grupos multinacionais de seguros, resseguros e corretores possuem presença relevante aqui. Além disso, há vários grupos de capital brasileiro com muita expressão no mercado. Isso faz com que as empresas consigam soluções para a transferências de seus riscos no mercado local. Para os compradores de seguro, essa ampla oferta local e o alto nível de concorrência servem como proteção contra a clara tendência de aumento de preços no mercado global. Ainda que haja uma tendência de aumento de preços de seguros, os estudos recentes demonstram que, na América Latina, os percentuais de aumento estão abaixo das médias globais. Poucos países fora da América do Norte e da Europa continental têm a diversidade e o tamanho do nosso.

Quais os novos seguros para novos riscos ofertados pela Swiss Re Corporate Solutions?  

Nosso foco no Brasil tem sido não em ofertar novos produtos, mas sim em melhorar a experiência de nossos clientes e corretores. Em 2019, lançamos duas plataformas digitais de cotação on-line (Compreensivo Empresarial e Responsabilidade de Administradores (D&O)). Agora, estamos investindo bastante em integrar novas tecnologias nestas ferramentas. Especificamente, no início do próximo ano, as plataformas terão melhorias como um assistente virtual, para atendimento com base em Inteligência Artificial; a possibilidade de inspeções de risco digitais e um chat ao vivo para suporte técnico, por meio de ferramentas que estamos embarcando na plataforma. Com esses avanços, no próximo ano, teremos mais produtos cotados via plataforma em tempo real, incluindo o Seguro Garantia, que será automatizado para o médio mercado, do processamento das informações financeiras até a emissão das apólices. Acreditamos que há bastante espaço para entregarmos uma melhor experiência aos clientes em produtos tradicionais. Esse será o nosso foco antes de lançarmos novos produtos, principalmente porque temos uma joint venture estratégica com a Bradesco Seguros, que possui um vasto canal de distribuição para levar nossos produtos ao segmento de pequenas e médias empresas em todo o País.

O uso de Inteligência Artificial e Internet das Coisas tem ajudado a criar soluções de transferência de riscos, com a criação de um banco de dados estatísticos que pode melhorar as negociações dos programas de seguros? Cite algum exemplo. Quais iniciativas do grupo para aprimorar o relacionamento com gestores de riscos?

Temos vários projetos em que usamos a Inteligência Artificial (IA). Nossas novas plataformas digitais para criação de assistentes virtuais para vários produtos são um exemplo. Mas também temos usado essa tecnologia para “ler” sobre o que nossos clientes e o mercado estão pensando. Nossa equipe de inteligência de mercado criou uma ferramenta com base em linguagem natural, que “leu” mais de seis mil artigos sobre o mercado de seguros na América Latina de 2016 até Setembro de 2019. Os resultados são interessantes.

Conte…

Em primeiro lugar, nos últimos 4 anos, existe uma consistência entre os produtos mais citados nos artigos, com destaque para Vida e Saúde, com cerca de 20% das menções. Porém, em 2019, produtos financeiros (Crédito e Garantias) aparecem ligeiramente à frente de Automóvel pela primeira vez. Ao longo dos quase quatro anos de análise, desastres naturais seguem sendo o risco mais mencionado, que não chega a ser uma surpresa pela realidade de região. Mas outros termos como risco de crédito, crime, riscos econômicos, competitivos e políticos são consistentemente mencionados ao longo dos anos, ajudando a revelar quais são os temas que preocupam nosso mercado e nossos clientes.

E quais são os temas?

Quando analisamos os principais temas discutidos nos mais de seis mil artigos publicados entre 2016 e 2019, há algumas preocupações recorrentes no mercado, como aumentos de prêmios de seguros, furacões, terremotos e suas consequências diretas, que são os sinistros.  Porém, a “leitura” dos artigos de Janeiro a Setembro de 2019 já deixaa claro que a tecnologia e a digitalização entraram definitivamente no radar da nossa indústria. Este é um exemplo, relativamente simples, de como temos utilizado AI para capturar um enorme volume de dados que estão disponíveis, mas que somente por meio da aplicação de tecnologia conseguimos transformar em insights para entender quais são os temas emergentes do nosso setor e melhorar a qualidade do diálogo com nossos parceiros e clientes.

Como seria possível melhorar o cenário de alta de preço sem a contrapartida de alta na sinistralidade para clientes brasileiros?

Os estudos globais indicam que há de fato um movimento de recomposição de preços no mercado global. Essa mudança tem a ver com vários fatores, incluindo os custos com catástrofes naturais. Mas também vale destacar os sinistros chamados “man-made”, ou seja, eventos relevantes não relacionados com a natureza. No segmento de riscos corporativos no Brasil, sinistros relevantes ligados a incêndios, a quebras de máquinas, a lucros cessantes e a acidentes de diversas naturezas impactam várias linhas de negócio, como seguros patrimoniais, responsabilidades, aeronáuticos e até linhas financeiras com eventos relevantes em Seguro Garantia e D&O. Como temos um mercado com grande concorrência, o setor tende a trabalhar com taxas muito competitivas e coberturas bem amplas, expondo as companhias de seguro e resseguro a perdas potencialmente altas. Com a redução da taxa de juros, o espaço de manobra está acabando e, com custos de resseguro em tendência de alta, é inevitável que os clientes sintam uma mudança de comportamento das condições de renovação. 

E o Brasil….

Os estudos indicam que o Brasil vem passando por um processo mais brando de recomposição de preços. Vale a pena citar um dos estudos mais recentes, publicado pela corretora Marsh (https://www.marsh.com/us/insights/research/global-insurance-market-index-third-quarter-2019.html) que demonstra que enquanto os preços de seguros corporativos subiram 8% em média no terceiro trimestre de 2019, em comparação ao mesmo período do ano passado, na América Latina o aumento foi de 4.6%, contra 19% na Ásia-Pacífico, 12% no Reino Unido e 6% nos Estados Unidos, ficando atrás somente da Europa, que teve aumento médio de 4.2%. O estudo é bem interessante, pois detalha o aumento também por linha de negócios e vale a análise. Os estudos recentes publicados vão todos na mesma linha e acredito que demonstram que o mercado brasileiro passa por uma correção, mas, na média, bem mais brando que outras regiões, em grande parte por ser um mercado competitivo e com ampla oferta de opções para os clientes brasileiros.

Quais os beneficios da competição?

Acredito que esse movimento também traz uma oportunidade de melhorarmos o nível de cooperação entre clientes e o mercado segurador, incluindo corretores, seguradores e resseguradores, para trabalharmos juntos em planos conjuntos de gestão de riscos. Todos queremos condições sustentáveis e previsibilidade nas condições, e temos inteligência e conhecimento no mercado para melhorarmos o diálogo e buscarmos soluções. A Swiss Re Corporate Solutions pertence a um grupo com mais de 150 anos de história na indústria e temos como parte de nossa filosofia de relacionamento mantermos o longo prazo em foco com nossos clientes e, mesmo com ajuste de condições em algumas renovações, muitas vezes em função da alta na sinistralidade, temos mantido nossa participação de forma expressiva na maior parte dos programas que participamos no Brasil, demonstrando que é possível conciliar a nova realidade com a sustentabilidade dos relacionamentos.

Acesse vide da Abertura do evento: https://wetransfer.com/downloads/803d28261f4f7722d488bb91ce7be33120191122195816/e2cf9ecc3864c003c9fe0946dca5b59420191122195816/961032 

Resseguro no Brasil é pauta do Panorama do Seguro

A 44ª edição do programa Panorama do Seguro, do Sindseg SP, recebe Paulo Eduardo Botti, fundador da Terra Brasis Resseguros, que falou sobre a sua obra “Introdução ao Resseguro”, as mudanças no mercado de resseguros nos últimos anos, a relação da reforma da Previdência com o mercado e as oportunidades e melhorias no setor.

Veja o programa aqui.

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Esta startup de seguro para celular já vale R$ 450 milhões

A revista Pequena Empresas & Grandes Negócios relata que os smartphones são cada vez mais importantes na vida do brasileiro – mas contratar uma proteção contra danos e furtos aos 230 milhões de celulares inteligentes pelo país ainda é um privilégio para apenas 4% da população. O empreendedor Daniel Hatkoff criou a startup do ramo de seguros Pitzi para mudar esse quadro. Hoje, a ideia de negócio vale 450 milhões de reais.

A avaliação de mercado veio neste mês, quando a insurtech captou um novo investimento de 60 milhões de reais. Os recursos servirão para acelerar o negócio, das parcerias às contratações e melhorias na operação. A Pitzi atende um milhão de donos de smartphone – mas acredita que seu mercado é muito maior.

O americano Daniel Hatkoff começou a olhar para oportunidades no mercado brasileiro em 2010, quando trabalhava em um fundo de investimentos. “As pessoas começavam a ver o poder transformador dos smartphones nas relações de compras, comunicação e trabalho. Foi um momento importante para a tecnologia no país”, diz.

Hatkoff se mudou para o Brasil no mesmo ano. Morando nos estados de Santa Catarina e Mato Grosso, estudou ideias de negócio que tivessem a ver com smartphones. O executivo percebeu como os celulares inteligentes custavam caro no país e como era financeiramente difícil consertar ou comprar outro aparelho no caso de furto.

Em 2012, nasceu a Pitzi: uma startup do ramo de seguros que democratiza a proteção para celulares inteligentes. “Não dá mais para ficar sem o smartphone. Buscamos construir um produto tão bom em qualidade e preço que a pessoa sinta a necessidade de adquiri-lo”, diz Hatkoff.

A Pitzi conversa com fábricas e seguradoras parceiras para colocar uma camada de tecnologia no atendimento aos donos de smartphones buscando seguros.

Quem monta os produtos são seguradoras parceiras, como Mapfre e Zurich. Já a aquisição de clientes costuma vir da compra de um aparelho nos 2,5 mil pontos de venda parceiros da Pitzi, como as lojas das operadoras de telefonia Claro, Oi, TIM e Vivo. A proteção da insurtech é oferecida como adicional.

A Pitzi trabalha com um prazo de cinco dias úteis para reposição de um celular inteligente em caso de danos ou furto. Mas costuma entregar em dois dias úteis, diz Hatkoff. A insurtech investe em inteligência artificial para identificar fraudes nos pedidos de indenização e também para predizer a produção necessária de smartphones nas fábricas e a consequente logística dos aparelhos.

Hoje, a Pitzi atende um milhão de clientes. O plano é contratado anualmente e custa 25% do valor do aparelho. “Ainda é um valor alto. Estamos trabalhando para deixá-lo mais acessível”, diz o fundador. O crescimento médio mensal da Pitzi vai de 10 a 20%

Investimentos e planos de expansão da Pitzi

A nova rodada de 60 milhões de reais foi liderada pelos fundos QED Investors (que também aportou nas fintechs brasileiras Creditas e Nubank) e WTI (investidores nas fintechs americana Kabbage e PayJoy e na fintech queniana Tala). Anteriormente, a Pitzi já havia levantado 70 milhões de reais em outras três rodadas de investimento com fundos como DCM, Flybridge, KaszeK Ventures e Thrive. Ao todo, portanto, o negócio levantou 130 milhões de reais com investidores.

Os recursos serão usados para formar mais parcerias com varejistas e seguradoras. Também servirão para dobrar a equipe de 230 funcionários no próximo ano, contratando profissionais em desenvolvimento de produto, inteligência artificial e inteligência de negócios. O objetivo é entregar em um dia útil (next day delivery) em qualquer lugar do país em 2020.

A startup mais que dobrou de tamanho em 2018. Para este ano, espera crescer de três a quatro vezes. A democratização será fundamental para bater as metas e a transformar os 4% da população brasileira com alguma proteção ao seu smartphone em 30% nos próximos dois anos e em 90% nos próximos cinco anos. A ambição já vale 450 milhões de reais.

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Inpao Dental prepara IPO

O Valor Econômico destaca que a companhia de planos odontológicos Inpao Dental deu início à preparação de sua oferta pública inicial de ações (IPO), programada para o segundo semestre do ano que vem. A companhia ainda está fechando a contratação dos bancos que vão coordenar o sindicato.

Parte do processo para o IPO é a associação internacional com a Swiss Life, para que a companhia amplie sua área de atuação, e o lançamento de uma plataforma eletrônica de vendas de planos para pequenas e médias empresas.

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Cade aprova compra da São Lucas Saúde pela NotreDame Intermédica

O G1 informa que a aquisição da São Lucas Saúde pela NotreDame Intermédica foi aprovada pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em outubro, a NotreDame Intermédica firmou um acordo de intenção de compra do Grupo São Lucas, de Americana (SP), pelo valor de R$ 312 milhões.

A São Lucas Saúde é uma operadora de planos de saúde com uma carteira de aproximadamente 87 mil beneficiários na região de Americana e que abrange a São Lucas Serviços Médicos, que oferece atendimento primário em três centros clínicos, e a Associação Clínica São Lucas, que opera um hospital com 80 leitos, dos quais 14 são de UTI.

O negócio ainda depende do aval da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS).

Segundo o Cade, essas empresas têm cerca de 30% do mercado de saúde, envolvendo hospitais e planos de medicamentos, com destaques em São Paulo. As empresas concorrentes possuem, contudo, mais de 60%, o que afasta a possibilidade de fechamento de mercado.

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